segunda-feira, 29 de junho de 2009

Redução de impostos: faca de dois gumes?

O Governo acaba de anunciar um pacote de medidas econômicas, visando aquecer a economia através da redução de impostos em setores como construção civil, veículos (carros, caminhões e motos), eletrodomésticos e outros. Qualquer redução de impostos é considerada bem vinda pela população: afinal, nossa carga tributária é uma das mais injustas do mundo.

No caso da redução IPI para automóveis (zero por cento para os veículos até 1.000 cilindradas), eu penso que pode ser um tiro no pé, pois a maioria das cidades brasileiras, em especial as capitais e metrópoles, não possui planejamento urbano, ou seja, não existe um planejamento para o uso e a apropriação do espaço urbano. Um acréscimo na frota de veículos causará aumento da poluição, dos engarrafamentos e do stress. Mesmo em cidades como São Paulo, dotada de uma estrutura robusta de transporte urbano (ônibus, trens e metrô), um aumento na frota de veículos particulares pode acarretar uma piora na questão dos engarrafamentos (em número e em extensão). Vale a pena lembrar que as concessionárias financiam veículos novos em até oitenta meses, o que influencia o despejo de carros nas ruas.

Uma alternativa interessante, já que o Governo aceita uma redução na arrecadação de impostos, seria um aumento equivalente no repasse do FPM. Este incremento no FPM seria aplicado obrigatoriamente em urbanização e transporte público (sinalização, construção de viadutos, pontes e túneis, bem como implantação de metrovias e ferrovias). Mas este tipo de projeto, de comum acordo com os três níveis de Governo e visando a coletividade, não dá voto. É bem mais fácil dar uma canetada com alguns paliativos e anunciar no jornal das oito.

Pink Floyd: Time is forever!

Definitivamente, antiguidade é posto. Quem assiste ao programa Brasil Urgente, já deve ter ouvido uma música incidental, com vários relógios e sinos, quando o Datena grita "Acorda, fulano...". A música em questão é Time, do Pink Floyd, e ela completou a bagatela de 36 anos de criação. O arranjo combinando solos de guitarra, coro e sons de relógio é uma obra-prima. Só vale a pena ouvir no volume 40 em diante.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Voo 447: existem culpados?

No meio de tantas dúvidas, depoimentos de especialistas e inúmeras idas e vindas de navios e aviões de resgate, parece que a conclusão é uma só: apesar de toda a tecnologia e o conhecimento adquirido, o homem se viu frente a frente com uma condição meteorológica totalmente adversa, jamais relatada em uma rota de voo. Este fato, ligado ao suposto defeito mecânico na aeronave, provavelmente causou sua queda.

Quero ressaltar que falo como uma pessoa que assiste aos noticiários e tenta compreender o mundo em que vivemos. Não entendo nada de aviação ou meteorologia, mas qualquer pessoa pode perceber que o aquecimento do planeta está alterando os padrões de clima conhecidos até então. O ano de 2009 começou com grandes estiagens e cheias, em locais diferentes de onde normalmente ocorriam. Estas mudanças tem impacto direto nas atividades humanas, inclusive na aviação.

Talvez a verdadeira causa do voo 447 seja divulgada daqui a um ou dois anos, mas com certeza ela terá um componente climático. Quem viver até lá, volte a este post (e comente, por favor).

terça-feira, 2 de junho de 2009

Bancada ruralista: O Império Contra Ataca!

Enquanto o presidente Luis Voácio Lula da Silva faz sua trocentésima viagem ao redor do mundo, uma manifestante do Greenpeace foi detida por seguranças do Congresso, por conta de uma manifestação pacífica contra uma senadora da bancada ruralista, Kátia Abreu (DEM-TO). A senadora disse por entrelinhas que demitiria o ministro Carlos Minc. Não sou fã do ministro fã-de-colete, mas eu acho que um pouco mais de respeito seria de bom tom.

Mas este post é para falar sobre uma proposta da bancada ruralista no Congresso, que trata da questão ambiental. Os refrões que mais chamam a atenção nessa música são "Os ruralistas também defendem a compensação econômica pela conservação ambiental nas propriedades." e "Cada Estado vai fazer aquilo que achar melhor (no que se refere ao uso do meio ambiente)". Ótimo, se com as leis federais o desmatamento está correndo à solta (veja os números recentes do desmatamento aqui), imagine se a proposta é aprovada??? E quem é que vai digerir essa "compensação econômica"? Os otários dos assalariados, meus amigos e amigas leitoras deste blog, nós que sustentamos aquele imenso circo chamado Brasília.

Para finalizar, eu gostaria de pedir a alguém que avisasse ao Presidente , quando ele aterrissar no Brasil, que duas pessoas muito próximas a ele estão se tratando de formas agressivas de câncer. Seria bom ele passar mais tempo no Brasil, para talvez formular um plano "B" (e quem sabe, um "C" também).